Déficit de Atenção: Entendendo as Causas e Estratégias de Manejo com Base na TCC
O que chamamos de “déficit de atenção” é, na verdade, um conjunto de manifestações cognitivas e comportamentais que refletem como o cérebro está processando estímulos, emoções e demandas do ambiente. Na Terapia Cognitivo-Comportamental, compreendemos que esses sintomas não surgem de forma isolada: eles são resultados de interações complexas entre fatores biológicos, emocionais, comportamentais e ambientais. A seguir, você encontrará uma síntese prática, organizada em dois blocos: 🔍 fatores que influenciam o déficit de atenção 🛠️ protocolos de intervenção comportamental com base na TCC
6/5/20254 min read
🔍 Fatores que Influenciam o Déficit de Atenção
1. Fatores Neurobiológicos
Alterações nos circuitos dopaminérgicos e noradrenérgicos prejudicam o funcionamento executivo, impactando atenção, impulsividade e planejamento.
A hereditariedade é um fator relevante, mas não determinante. A TCC considera que mesmo com predisposição genética, o ambiente e os padrões de pensamento/comportamento aprendidos têm peso significativo na manutenção ou melhora dos sintomas.
2. Fatores Cognitivos e Comportamentais
Distorções cognitivas: pensamentos automáticos como "não vou conseguir", "essa tarefa é chata demais" contribuem para a evitação e a procrastinação.
Esquemas desadaptativos: baixa autoconfiança, crença de incapacidade e necessidade de gratificação imediata afetam diretamente o engajamento em tarefas.
Estilos de enfrentamento disfuncionais: fuga de tarefas, uso excessivo de telas como forma de alívio imediato.
3. Fatores Contextuais
Ambientes caóticos ou desorganizados: reforçam a distração e a impulsividade.
Excesso de estímulos digitais: fragmentam a atenção e dificultam a capacidade de sustentar o foco por longos períodos.
Privação de sono e sedentarismo: impactam o humor e a função executiva, dificultando a autorregulação.
4. Padrões de Reforço
O cérebro busca recompensas rápidas. Recompensas digitais (jogos, redes sociais) reforçam circuitos de gratificação imediata, tornando tarefas escolares ou repetitivas menos atraentes.
Na TCC, entendemos que muitos comportamentos desatentos são mantidos por reforços imediatos e falta de reforços positivos para comportamentos adaptativos.


Intervenções TCC para Déficit de Atenção
1. Fatores Neurobiológicos
Alterações nos circuitos dopaminérgicos e noradrenérgicos prejudicam o funcionamento executivo, impactando atenção, impulsividade e planejamento.
A hereditariedade é um fator relevante, mas não determinante. A TCC considera que mesmo com predisposição genética, o ambiente e os padrões de pensamento/comportamento aprendidos têm peso significativo na manutenção ou melhora dos sintomas.
2. Fatores Cognitivos e Comportamentais
Distorções cognitivas: pensamentos automáticos como "não vou conseguir", "essa tarefa é chata demais" contribuem para a evitação e a procrastinação.
Esquemas desadaptativos: baixa autoconfiança, crença de incapacidade e necessidade de gratificação imediata afetam diretamente o engajamento em tarefas.
Estilos de enfrentamento disfuncionais: fuga de tarefas, uso excessivo de telas como forma de alívio imediato.
3. Fatores Contextuais
Ambientes caóticos ou desorganizados: reforçam a distração e a impulsividade.
Excesso de estímulos digitais: fragmentam a atenção e dificultam a capacidade de sustentar o foco por longos períodos.
Privação de sono e sedentarismo: impactam o humor e a função executiva, dificultando a autorregulação.
4. Padrões de Reforço
O cérebro busca recompensas rápidas. Recompensas digitais (jogos, redes sociais) reforçam circuitos de gratificação imediata, tornando tarefas escolares ou repetitivas menos atraentes.
Na TCC, entendemos que muitos comportamentos desatentos são mantidos por reforços imediatos e falta de reforços positivos para comportamentos adaptativos.


Considerações Finais
A TCC oferece ferramentas práticas e estruturadas para manejar o déficit de atenção, com foco no presente, nas escolhas e na construção de estratégias realistas. Ao integrar técnicas cognitivas, comportamentais e contextuais, é possível desenvolver a autorregulação, reduzir a desatenção e aumentar a percepção de competência. Com a combinação certa de apoio clínico, rotina estruturada e envolvimento familiar ou escolar, o quadro pode ser significativamente transformado.


Referências
1. FARAONE, S. V. et al. The World Federation of ADHD International Consensus Statement: 208 Evidence-based conclusions about the disorder. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 128, p. 789-818, 2021.
2. HALLER, S. P. W. et al. Digital media and the development of attention: A review. Current Opinion in Psychology, v. 44, p. 101295, 2022.
3. BARKLEY, R. A. Attention-deficit hyperactivity disorder: A handbook for diagnosis and treatment. 4th ed. New York: Guilford Press, 2020.
4. KIM, J. et al. The impact of screen media use on attention and executive functioning in children and adolescents: A systematic review. Journal of Adolescent Health, v. 71, n. 3, p. 324-337, 2022.
5. BOERS, E. et al. Social media use, screen time, and academic performance in adolescents: Results from the LIFE Child study. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 16, n. 21, p. 4087, 2019.
6. DOMINGUES-MONTANARI, S. Clinical and psychological effects of excessive screen time on children. Journal of Paediatrics and Child Health, v. 53, n. 4, p. 333-338, 2017.
7. VAN DEN BULCK, J. Screen time, media multitasking and attention: Meta-analytic review. Journal of Adolescence, v. 44, p. 128-139, 2015.
8. CASTELLANOS, F. X.; PROAL, E. Large-scale brain systems in ADHD: beyond the prefrontal-striatal model. Trends in Cognitive Sciences, v. 16, n. 1, p. 17-26, 2018.
9. BAKER, J. R. et al. Mindfulness interventions for attention and executive function: A meta-analysis. Clinical Psychology Review, v. 91, 102112, 2022.
Psicólogo - Wellington Machado
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